segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O CLANDESTINO 2

por Edson Negromonte

lá, onde o sol
se esconde, onde a
tônica do dia descansa,
a oeste,
ela deita-se,
solta ao tato dos dedos
delicados da noite.
Sei lá se isso é sedição,
se é cena de cine,
se é o destino
lanceando
as teias de seda
na ânsia
de alcançar
o teto da nação.
Sei lá se é a tentação
dos ícones
soando o sonido distante
do oceano onisciente.
Sei,
isso é certo,
da danação,
da coleta do ócio,
das densidades,
do teclado celestino,
as centenas de teclas
dando de ti,
do sítio onde estás,
Antonina,
notícias dos dias de inocência,
as notícias do sal.
Tocas,
de dedos cotos,
a testa dos iniciados
na ciência do lodo.
Antonina,
de seios ansiosos,
na ânsia do leite,
esticas
as tetas salinas
ao cais onde caí,
onde ainda decaem
os acólitos de ti.
– Edson,
nasceste do sal,
do lodo,
descendes das tocas,
tens o soldo do iodo.

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