sexta-feira, 10 de setembro de 2010

MESTRE E DISCÍPULO


por Edson Negromonte

– Em dias assim não se abre a janela da frente, como dizem os atlantes.
– Os atlantes?!
– Sim, alguns de nós têm conexão direta com eles.
– Mas os atlantes, se é que existiram, desapareceram há muito tempo.
– Isso é o que pensa a grande maioria da humanidade.
– Como assim?
– Os atlantes nunca deixaram de existir.
– Explique melhor, mestre.
– Os atlantes, assim como outros povos anteriores, estão entre nós, e nossos olhos... nossos sentidos estão ainda incapacitados para vê-los. O que posso dizer, no atual estágio da sua evolução, é que eles estão entre nós, sim, e jamais deixaram de estar.
– Mas, e o cataclismo da Atlântida?
– Houve, realmente houve, mas somente uma parte da civilização atlante pereceu, uma grande parte, é verdade, conforme várias obras antigas dão conta, inclusive a Bíblia; a passagem do dilúvio nada mais é que isso. Aqueles que mereciam sobreviver migraram para outras terras, para formar novas civilizações ou fazer avançar povos que necessitavam dos seus avançados conhecimentos. A religião monoteísta do Antigo Egito é nada mais, nada menos, do que aquilo que os atlantes entendiam como o deus único.
– Minha cabeça, a minha respiração...
– Os atlantes jamais desaparecerão, os seus ensinamentos fazem parte do nosso dia-a-dia. O sol, por exemplo, muito antes de ser o símbolo egípcio por excelência, representativo do deus onisciente, já o era na Atlântida. E os atlantes que morreram quando o continente submergiu, reencarnaram nas Américas, o continente americano é a reencarnação da Atlântida.
– ?
– E o governo mundial, que em breve há de vir, será exercido pelos atlantes, um único governo para todos os povos. Num futuro não muito distante, haverá um único governo, como sonhou Napoleão Bonaparte, e haverá também uma única cor de pele, muitas crianças já estão nascendo com o indício da nova cor, é só prestar atenção. Mas isso é muito difícil para a compreensão do cientista e dos religiosos que, tão apegados a preconceitos e dogmas, a tudo de novo rebatem prontamente.
– Mestre...
– Mas, antes disso, muitas catástrofes ainda acontecerão, a revolução que antecede a evolução, a lei natural: o monte de lixo terá antes de ser revolvido para, então, ser removido.
– Mestre, só uma coisa, posso abrir a janela?
– A janela nunca esteve fechada.
– Que janela, mestre?
– Não se faça de tolo!

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